Por Infomoney
Primeiro dia de trabalho: o estagiário mal cruza a porta da empresa e
sua vontade já é de despejar nele todos os serviços que encontram-se
parados há dias em sua mesa. A ideia até seria promissora e resolveria
muitos problemas, se não fosse por um pequeno detalhe: ele ainda não tem
bagagem o suficiente para realizar todas as tarefas que você gostaria.
Pois é, tem gente te esquece, mas estagiários são apenas jovens
profissionais que acabaram de ingressar no mercado de trabalho e, como
tais, precisam aprender primeiro.
“O estágio é uma atividade educacional e não laboral. O jovem ainda
está aprendendo e por isso precisa ser orientado por seus superiores
sobre o que deve ser feito”, diz o superintendente de operações do CIEE
(Centro de Integração Empresa-Escola), Eduardo de Oliveira.
O erro das empresas
Mas será que todos tem a real
noção de como delegar atividades para estes profissionais? De acordo
com o analista de Treinamento do Nube, Henrique Ohl, não. “Eu já vi
empresas que permitiam que os estagiários decidissem as compras sem
fornecer aos jovens o menor preparo para isso”, diz.
Segundo ele, muitas companhias erram feio ao querer que um aprendiz
assuma a posição de um celetista. “Ao exigir atividades que não são
compatíveis com o cargo dele, o empregador massacra o jovem
profissional, avalia Ohl.
Com isso, os resultados não poderiam ser mais desastrosos: além do
profissional se desmotivar com sua funções, a companhia ainda pode
sofrer as consequências de possíveis erros operacionais.
Faça direito!
Uma boa dica para quem deseja
começar essa nova relação com o pé direito, é prestar atenção à forma
como as tarefas são delegadas. O ideal, segundo especialistas, é que as
atividades sejam repassadas de forma gradual e crescente, na medida que o
estagiário evolui na empresa.
“As tarefas devem ser de complexidade crescente. Ou seja, o
contratante deve passar primeiro as ações mais simples e depois as mais
difíceis. Desta forma, o estagiário poderá agregar conhecimento e
aprender como funcionam os processos da organização”, diz Oliveira.
E nada de repassar as coisas mais chatas que encontram-se sobre sua
mesa. “Burocrático é diferente daquilo que eu não quero fazer, assim
como também é diferente de trabalho chato. O fato dele ser estagiário
não significa que o mesmo esteja na empresa para realizar o que ninguém
mais quer fazer”, diz Ohl.
Segundo ele, o ideal nesses casos é que apenas as atividades
coerentes com o grau de conhecimento do jovem aprendiz sejam repassadas
para ele. “Ele nunca trabalhou e, por isso, não deve ser
sobrecarregado”, completa.
Invista
Diferente do passado, quando os
estagiários eram contratados para suprir áreas por serem considerados a
mão de obra mais barata do mercado, hoje, tais profissionais são
apreciados pelas empresas por outro motivo.
“Os executivos não têm mais aquela visão de que um estagiário é
alguém que está na empresa por um período temporário. Agora, eles
investem nesses jovens, pois esperam que em alguns anos os mesmos venham
a fazer parte da companhia”, conta o o analista de Treinamento do Nube.
E os benefícios dessa visão são claros: a geração de jovens costuma
contribuir com novas ideias e soluções que fazem a diferença em uma
organização. “Eles trazem mais produtividade para as empresas”, explica
Ohl.
Brincadeiras à parte
Contudo, se sua intenção for
realmente desfrutar do melhor que estes talentos têm à oferecer,
lembre-se: as brincadeiras devem ser feitas com cuidado.
Isso mesmo! Nada de piadinhas ou da famosa frase: “tinha que ser o
estagiário!”. De acordo com os especialistas, comentários desse tipo
apenas contribuem para o baixo desempenho do aprendiz. “Não façam
piadas. A produtividade das pessoas está ligada a motivação e, se as
piadinhas incomodarem, os números da empresa e a produtividade de tal
talento certamente serão comprometidos”, alerta Ohl.
Nenhum comentário: