Desempenho (conceito): ação ou efeito de desempenhar(-se);
desempenhamento
1. Maneira como atua ou se comporta alguém ou algo, avaliada em termos
de eficiência, de rendimento; atuação.
2. Atuação desejada ou observada de um indivíduo ou grupo na execução de
uma tarefa, cujos resultados são posteriormente analisados para avaliar a
necessidade de modificação ou melhoria.
-x-
Quis iniciar este
texto de uma maneira diferente, trazendo a definição da palavra desempenho
extraída do dicionário Houaiss. Agora, quero deixar uma reflexão: Por que será
que ao somar este termo à outra palavrinha mágica, denominada, “avaliação”, o
resultado é: pânico, medo e desconfiança nos corredores das empresas?
A explicação é
simples. Isso ocorre, pois na cultura latina, diferentemente da americana e
europeia, e principalmente nós brasileiros, somos movidos à relacionamentos, ou
seja, priorizamos estar num ambiente descontraído a estarmos num ambiente
harmonioso e ao mesmo tempo verdadeiro.
Costumo dizer que somos “corações com perninhas”. Outro ponto que
reforça este medo vem das lembranças que trazemos do nosso modelo educacional,
onde avaliação significa “punição”, “perda” e em alguns casos mais extremos,
“exposição ao ridículo”.
Tudo isto é
extremamente prejudicial, não apenas ao ambiente corporativo, mas às relações
humanas de forma mais ampla, pois deixamos de dizer verdades que
proporcionariam crescimento, desenvolvimento profissional e/ou pessoal às
pessoas à nossa volta, e, ao invés disso, zelamos por um ambiente “leve”, “sem
tensões”.
Este fenômeno ocorre
em todas as situações de nosso cotidiano corporativo. No entanto, há um momento
em especial em que ocorre com maior intensidade: o momento da Avaliação de
Desempenho.
É incrível quando os
períodos de avaliação são abertos nas empresas, existem duas grandes correntes
de sentimentos: a primeira se traduz com o medo e a desconfiança que as pessoas
sentem em relação aos resultados e ao que virá após a tal avaliação e a
segunda, por sua vez, se traduz num sentimento coletivo de amizade,
fraternidade e companheirismo, ou mais precisamente, num sentimento de genuíno
corporativismo.
O problema destes
sentimentos, reforçando o que foi dito anteriormente, é a falsa realidade
expressa nas avaliações. O medo e a desconfiança, gerados inicialmente, somados
ao corporativismo exacerbado, fazem com que o cenário das empresas não seja
expresso de maneira real nos resultados da avaliação, causando assim um impacto
significativamente negativo para a empresa. Este cenário impactará também na
identificação de necessidades de treinamento, que por sua vez, acabam sendo
distorcidas em grande porcentagem.
O que eu quero deixar
claro aqui, para entendimento de todos, é que os processos de avaliação de
desempenho não são instrumentos de punição e sim, instrumentos de alinhamento.
Por meio desta ferramenta de medição, empresas públicas e privadas reúnem as
informações necessárias para promover um ajuste mais fidedigno entre suas diretrizes
e a atuação de seus profissionais. Portanto, não tenham medo quando forem
chamados para participar deste momento importante para o desenvolvimento
individual e coletivo. Trata-se de uma oportunidade de entendimento
valiosíssima entre líderes e liderados, em busca do alcance de objetivos
comuns. Significa que se VOCÊ, prezado leitor, tiver um bom desempenho, sua
equipe ganhará, sua empresa ganhará, seu gestor ganhará, mas principalmente,
VOCÊ GANHARÁ.
Agora, me cabe
ressaltar alguns pontos a se considerar pelas partes envolvidas neste processo
de avaliação de desempenho:
Profissionais de RH:
Sensibilizem as pessoas quanto aos reais objetivos do processo de avaliação de
desempenho, contextualizando os objetivos e implicações. O modelo de avaliação
e seus objetivos precisam ser transparentes para todos.
Gestores: Zelem por
este momento, mas principalmente, cuidem do desenvolvimento de seus liderados.
Deem os devidos feedbacks em tempo real e, promovam o crescimento daqueles que
fazem com que os resultados corporativos sejam atingidos. Lembrem-se sempre:
sem equipe, não há resultados! Sem o dia-a-dia, seus liderados não acreditarão
nos objetivos do processo, tornando-o apenas mais uma obrigação, demandada pelo
RH.
Liderados: Aproveitem
este processo como uma oportunidade de crescimento. Vocês terão um entendimento
mais preciso sobre seus pontos fortes e pontos a desenvolver. Utilizem estas
informações preciosas à seu favor, e tornem-se profissionais melhores. Desta
forma, certamente novas portas se abrirão e novos desafios virão.
Pensem nisso!
Não é uma tarefa
fácil, eu sei disso. Trata-se de uma mudança de cultura, onde não teremos êxito
de forma imediata. Leva-se tempo, no entanto, precisamos zelar continuamente
para que os princípios e vantagens do processo de avaliação de desempenho sejam
ininterruptamente lembrados, onde os ganhos e possibilidades são infinitos.
Boa sorte!
Por Euclides B. Junior - Consultor,
palestrante e facilitador da Leme Consultoria.
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